03 junho, 2008

LIXO, CRIATIVIDADE E EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Resenha baseada no texto “Lixo, criatividade e educação ambiental” de Amália Trivellato, do livro “O teatro dito infantil”.

Falar sobre o lixo e as ações cotidianas sobre ele, sem dúvida já estão marteladas na cabeça de todos nós. Já estamos programados para separar o lixo e sem esquecer de antes de colocar na sacolinha dar uma “lavadinha” no lixo reciclável. (Parabéns para nós). Assim como nós curitibanos, também estamos quase todos programados a encher nossas vidas de arte. Todo Festival de Teatro de Curitiba assistimos um espetáculo com o mocinho da novela das 8 (Parabéns novamente).

E nós artistas estamos programados para que? Pra ensinar pré-escolares a colocar plástico no lixo vermelho e limparem o bumbum? Ou simplesmente remontarmos grandes clássicos depois de assistir o DVD da historinha?

Nossas crianças já são abarrotadas de informação de plástico no vermelho e de como limpar o bumbum. E esta informação vem de onde? Muitas vezes da própria TV. Nossa tão desgraçada e tão necessária TV: “Educação. Você vê por aqui”, plim, plim “Plástico no vermelho. Você você vê por aqui”. Mas é claro, sem nunca esquecer : “Pai, não esqueça da minha Caloy”, “Compre batom”, “E não esqueça também do meu PlayStation 7”. E acho que isso também vale para a arte para crianças, (ou a arte é única e para todas as idades?). Acho que o bom e velho exemplo vale mais que um milhão de ensinamentos.

O quanto nós artistas queremos viver num lugar, onde muitas vezes o valor atribuído a um indivíduo refere-se ao seu poder de compra? Ou o quanto queremos viver numa sociedade onde reutilizar é entender a vida de uma nova forma? Pois o lixo, de alguma maneira, nos traz a lembrança da morte, que para nossa sociedade é assunto pouco elaborado e até negado.

Recriar a vida, reviver a arte, renascer na morte. O quanto no lixo de casa “tem um miserável” esperando nossa piedade? O quanto do lixo do mundo nós damos por morto e o “coitadinho” nem teve a chance de nascer? E até, o quanto de nós mesmos simplesmente jogamos fora, quando ele só precisa morrer dentro da gente pela noite, pra de manhã já ter aprendido a renascer.

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